quinta-feira, 24 de setembro de 2009

11 DE SETEMBRO CHILENO


Na minha escola aqui em Sorocaba, fizeram até um minuto de silêncio pelas vítimas dos atentatos de 11 de setembro nos Estados Unidos. De fato é uma pena que tantas pessoas inocentes tenham morrido . Quem deveria ter morrido no lugar delas deveriam ser os políticos americanos, seu aparato militar, os empresários que detem o poder bélico e tantos outros políticos dos países que apoiam os americanos em sua insana vontade de poder . Há uma outra história, muito mais horrorosa sendo contada todos os dias nos países pobres, pelas crianças que morrem, pelos bilhões de seres humanos que passam fome, pelos africanos que morrem a mingua de Aids, pelo planeta que sofre as consequências da ganância desses homens. Há também a história do 11 de setembro chileno:
A Batalha do Chile

Em 11 de setembro de 1973, há 36 anos, um golpe de Estado realizado pelas classes dominantes chilenas derrubou o governo da Unidade Popular, presidido por Salvador Allende. A ponta de lança do golpe foram as Forças Armadas sob a direção do general Pinochet, que teve o apoio do imperialismo, do governo dos EUA, e foi articulado e financiado pela CIA e pelas transnacionais norte-americanas. E contou também com o apoio dos governos ditatoriais latino-americanos, inclusive o Brasil, associados com o imperialismo norte-americano na "Operação Condor". O aparelho militar-policial do Estado chileno realizou um dos maiores banhos de sangue contra um povo nas últimas décadas na América Latina.

Durante o governo da Unidade Popular, eleito em 1970, intensifica-se a luta de classes no Chile, a luta antiimperialista e a mobilização popular pela reforma agrária e a nacionalização de empresas estrangeiras, como as minas de cobre. Houve uma significativa melhoria nas condições de vida dos trabalhadores, e os interesses econômicos da grande burguesia do país e das empresas imperialistas foram atingidos. Apoiados e incentivados pelo imperialismo norte-americano, as classes dominantes chilenas e as forças políticas reacionárias desencadeiam sabotagens, boicotes (como a conhecida greve dos caminhoneiros financiada pela CIA e transnacionais, como a ITT), gerando desabastecimento de gêneros de primeira necessidade, com intento de amedrontar e colocar a população, principalmente as camadas médias, contra o governo de Allende, com o objetivo de desestabilizá-lo, preparando as condições para o golpe.

A trilogia “A Batalha do Chile”, do cineasta Patricio Guzmán, é um documento histórico com imagens de época que resgata, por um lado, a experiência do governo de Salvador Allende, a crescente organização e mobilização popular, a participação destacada do proletariado e, por outro, toda a orquestração do golpe de Estado, com a cínica manipulação das camadas médias pelas forças mais conservadoras do Chile e pelo imperialismo. O documentário se constitui de uma apaixonada defesa da Unidade Popular, pois segundo Guzmán “O cineasta não é um observador neutro e desapaixonado da realidade. É um participante ativo.” e “No Chile, demoliu-se tão sistematicamente a imagem do governo Allende nos últimos 30 anos que tenho a impressão de que o filme é a única prova de que aquilo existiu”.

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