sexta-feira, 18 de setembro de 2009

CERVEJA PARA TODOS OS GOSTOS


A Copa do Mundo é sagrada para os alemães, ninguém discute. Mas tão sagrada quanto a Copa é seu paraíso de cervejas, o maior do mundo. Só no primeiro semestre do ano passado, os alemães consumiram 44 milhões de hectolitros. O equivalente a 4,4 bilhões de litros, abastecidos por 1.200 cervejarias e cinco mil marcas. Um show. O Brasil oferece pouco destas preciosidades, mas recebeu há pouco tempo a Weihenstephaner, produzida pela mais antiga cervejaria do mundo, nascida em 1040. Fundada por monges beneditinos, esta tradicional cerveja está localizada no topo da colina Weihenstephan, na cidade bavara de Freising. Para facilitar a pronúncia de seqüência de consoantes, melhor é pedir “Stephani”. No Brasil, custa em torno de R$ 12 a garrafa de 500 ml. É turva e natural, de trigo, com fragrância e paladar de leveduras especiais.

As cervejas alemãs têm história e suas cervejarias não abrem espaço para ninguém. Seus donos são tão rigorosos – e espertos – que conseguiram impedir que a americana Budweiser aparecesse na Copa. Seria um desaforo para o paraíso das cervejas, que tem até colecionadores de latinhas, garrafas, bonés, camisetas e emblemas das marcas produzidas no país. Os alemães levaram a cerveja até a gastronomia, dos pratos principais à sobremesa. Dependendo da região, “ela” aparece em omeletes, assados, cozidos e até em bolos.




É uma loucura cujos ingredientes foram descobertos por volta de 4000 antes de Cristo pelos sumérios, um povo que habitava a região entre os rios Tigre e Eufrates e usava cereais e levedura para fazer pães. O Egito ainda mantém o sistema produzindo a Bouza, uma cerveja rústica. Desde aquela época as pessoas já saboreavam uma bebida fermentada. Acredita-se que a fórmula das cervejas alemãs teria sido inspirada nessas receitas milenares. E, pelo perfil da personalidade de seu povo, não dá para desconfiar de que é


marketing” afirmar que suas cervejas seguem a “lei da pureza”, de 1516, em que se determina que apenas malte, lúpulo e água podem ser usados na produção de cerveja, tradição que passa de século a século, como contam os jovens empresários Maurício Nogueira e Gustavo N. Sanches, da On Trade, que trouxeram a cerveja mais antiga do mundo, a Stephani.

Tem cerveja para todos os gostos. E sua classificação não se dá apenas pelas cores, sabores, aromas, mas também pelo teor alcoólico e pelo tempo de fermentação. Tem até para quem quer um produto absolutamente sem álcool da categoria da “alkoholfreis”, em que o teor alcoólico não pode passar de 0,5%. Bom mesmo é beber na Baviera, o paraíso das cervejarias ao ar livre (Biergärten), que estarão a mil por hora. O cliente pede “uma” e com certeza receberá a Weissbier, aquela cerveja que chega em copos de meio litro. A única dificuldade por lá vai ser pronunciar o nome da cerveja desejada. O idioma alemão é também um paraíso – das consoantes.

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