"O espetáculo questiona identidades, linguagens, gestos e como o indivíduo convive com tudo isso sem perceber as milhares de possibilidades de comunicação que tem a sua volta. É no cenário de ruínas de 2 mil anos que nascem estas indagações e respostas. Em alguns momentos este despertar acontece de um jeito poético. Em outros, de uma forma dura. As participações especiais temperam um espetáculo sem fronteiras, onde ritmos como o samba, choro, dança de rua e os clássicos acordes indianos convivem em harmonia.
A cantora e dançarina Sawani Mudgal ingressa nesta descoberta e dança o choro Santa Morena, de Jacob do Bandolim, numa coreografia exclusiva criada por Madhavi Mudgal, uma das principais bailarinas indianas. "Há pontos em comum que se conectam em todas as classes sociais e em todos os povos. A diversidade cultural está enraizada em cada um de nós e quando unimos no palco extremos o resultado surpreende e aí percebemos que todas as possibilidades estão dentro de cada um e que a interação existe", observa Bertazzo.
O projeto
Foi percorrendo dezenas de ONGs - Ação Comunitária Tiradentes; Associação Novolhar; Projeto Samaritano São Francisco de Assis;Centro de Educação Popular de N.Sra Aparecida; Associação Sarambeque; Movimento de Promoção Humana Arrastão e Fundação Gol de Letra - de São Paulo, que Bertazzo descobriu seu elenco. Eram jovens que já tinham descoberto a dança, não num palco, mas nas ruas das comunidades onde vivem. Já praticavam capoeira, seguiam a marcação dos ritmos afros - a maioria oriunda da dança de rua e do hip hop.
Durante meses de ensaios, não restrito apenas às coreografias mas com aulas de circo, de origami e de linguística, o elenco se afina para estrear. "Buscamos unir diferentes tipos de linguagens rumo a uma integridade que começa pelo corpo e se expande a cada detalhe do figurino, cenário e trilha musical. É na verdade uma profunda elaboração para atingir o refinamento desta linguagem e atingir a emoção estética", observa Bertazzo."
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