Dizem que o limite entre razão e
loucura é muito tênue. Outros que ser normal é ser louco, pois a “loucura”
expressa melhor a genialidade do ser humano.
Machado de Assis tratou do
assunto em um célebre livro chamado o Alienista. Nele o autor traça a
personalidade do médico Simão Bacamarte , formado em Coimbra Portugal, que veio
residir na pequena cidade de Itaguai , Rio de Janeiro.
A principio o genial doutor conseguiu através da Câmara Municipal a construção de um hospício, a chamada
Casa Verde para agasalhar os francamente loucos. E assim o fez.
Mas pouco a pouco, os limites da
loucura foram se tornando cada vez mais sutis, ao ponto de o médico começar a
internar cidadãos comuns, pois estes não tinham um perfeito equilíbrio da razão
e emoção nos moldes do pensamento científico da época.
E a situação piorou quando já a
maioria da cidade estava condenada no hospício. Houve rebeliões da população,
exigindo que médico revesse seus conceitos e libertasse cidadãos que eram
visto por todos como normais.
Por fim. Simão Bacamarte cede a
pressão popular e em pensamentos e reflexões, percebe que a loucura é
justamente o oposto do que combatia. Louco , tinha percebido, eram exatamente
as pessoas equilibradas e adaptadas a esse mundo. Louco eram os normais. E
assim Simão Bacamarte se internou a si próprio na Casa Verde para conseguir ser
curado.
Enfim , após dezessete meses veio
a falecer dentro da Casa, exatamente do mesmo modo que havia sido internado.
O conto, irônico, nos faz
refletir sobre o que a ciência, neste caso especificamente ,têm tenta impor ao
senso comum. De que ela detêm a verdade, que seus conceitos são os únicos a
serem levados a sério.
Foucault filósofo francês da
metade do século 20,teoriza sobre a loucura, a desde os primórdios da Idade Média até os
tempos modernos. Para a ele ela é algo produtivo , que a Razão humana tentava
mascarar por ser perigosa.
Com isso podemos refletir que o
ser humano é muito complexo, que razão e loucura expressam energias humanas que
devem ser trabalhadas em conjunto, não incluindo uma e renegando outra como foi
feito no caso da loucura.
E que também a ciência apesar de
ser a cereja do bolo de nossa civilização , não tem todas as respostas, de que
é preciso acreditar no potencial humano, na capacidade que temos de reinventar
nossa história!!!
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