sábado, 10 de maio de 2014

PORTAS ABERTAS




Trabalhei em muitos lugares. Sou do tempo em que estávamos em uma transição da ditadura militar, que durou cerca de 21 anos aqui no Brasil, para o regime democrático que começa praticamente com a primeira eleição pós ditadura, em 1989. Tempos difíceis, pois apesar de respirarmos a democracia, de querermos mais liberdade, o modelo que ainda tinhamos nas instituições era o do "chefe", aquele sujeito que se achava o dono da verdade, que tinha todas as respostas, e nós éramos apenas uma parte da engrenagem.
Se bem, que hoje passados mais de 50 anos , continuamos , em algumas instituições com esse tipo de modelo.
Tive a felicidade de conhecer um Gerente , entre muitos que me ajudou bastante. Não somente a mim, mas a empresa em que trabalhava. Acredito hoje, que ele sempre esteve a frente de seu tempo.
Quando me achava com alguma dúvida a respeito de  processos, de como agir, ele sempre tinha uma resposta. Não me lembro nenhuma vez em que não conhecesse um caminho, uma artimanha , um macete, que resolvesse a situação.
Não credito isso apenas a sua experiência , mas a um modo se ser , a sua personalidade. Era daquele tipo de pessoa que se não soubesse, procurava quem soubesse para nos esclarecer, e não descansava enquanto não encontrasse a resposta. Tinha seus pontos fracos , com certeza, mas esse seu lado "facilitador" me encantou.
Precisamos nos dias atuais de pessoas  que também pensem e ajam assim, Normalmente encontramos "líderes" gerentes, tão ocupados , que mal conseguem dar conta de seus afazeres quanto mais de serem facilitadores.
Um líder não é aquele que manda fazer, mas aquele que facilita , não no sentido de tornar mais fácil apenas, mas de tornar a tarefa agradável, com sentido. 
Precisamos de pais facilitadores, onde o filho com as dúvidas comuns da idade, não receba apenas críticas cobranças, mas que anteveja caminhos, atalhos, que consiga ver no pai alguém que consegue ser uma bússola nas noites escuras.
Precisamos ser maridos facilitadores, que auxiliem suas mulheres nas tarefas, que sejam mais do que maridos, amantes, que queiram caminhar juntos.
Precisamos ser educadores facilitadores. Não aqueles que simplesmente vêem o aluno como um problema, como incapaz de aprender, devido ao seu comportamento, a sua aparência, ao seu modo de agir no mundo. Devemos ser portas e janelas para a Vida
Precisamos de líderes espirituais facilitadores, que não vejam o membro apenas como uma maneira de aumentar a arrecadação de ofertas na Igreja, ou de serem ganhadores de almas, mas seres humanos que podem ser renovados e levados a fé, que conheçam a graça de Cristo e recebam a salvação.
Precisamos de políticos facilitadores, que busquem o bem comum da população, que criem políticas públicas que favoreçam a seus eleitores.
Enfim, precisamos todos nós buscar uma nova maneira de estar e ser no mundo, onde cada um procure sempre mais oferecer do que receber, que sempre busque facilitar o caminho daqueles que se encontram a sua frente. Por que ao agir assim , receberemos também da Vida, portas e janelas abertas!!!

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