domingo, 6 de junho de 2010

ESFRIAMENTO DO CÉREBRO

arrefecimento do corpo após um ataque cardíaco pode limitar os danos ao cérebro, concluíram especialistas de diversas instituições médicas internacionais, que agora investigam novas técnicas para reduzir a temperatura desse órgão sem afectar o resto do organismo.

De acordo com a revista "New Scientist", os investigadores acreditam que diminuir quatro graus centígrados da temperatura do cérebro reduz o metabolismo das células cerebrais, limitando a sua 'fome' de oxigénio em momentos cruciais em que há problemas de irrigação sanguínea.

No passado, os médicos induziam a hipotermia terapêutica com pacotes de gelo ou com mantas refrigeradas a todo o corpo ou injectando nas veias uma solução salina fria, técnicas que - ao esfriar todo o corpo - podem aumentar os riscos de infecções e de pneumonia, segundo a mesma revista.

Bridget Harris, estudante de Medicina da Universidade de Edimburgo, Irlanda, criou uma espécie de 'capacete refrigerador' (consiste em duas camadas de «nylon» que se ajustam à cabeça, uma sobre a outra, e a mais próxima à pele tem pequenas perfurações) através do qual pode ser induzida uma ligeira hipotermia no cérebro. O 'capacete' aproveita a densa rede de vasos sanguíneos no couro cabeludo que transportam o sangue ao cérebro. O ar frio passa entre as camadas e as perfurações permitem que o ar penetre na pele em intervalos regulares, levando ao arrefecimento dos vasos sanguíneos.

Segundo a "New Scientist", a aplicação desta técnica em voluntários permitiu, em uma hora, arrefecer o cérebro em um grau centígrado, feito que, mais ou menos, é alcançado com os métodos tradicionais de refrigeração do corpo inteiro.

Com o objectivo de conseguir uma mudança mais rápida na temperatura do cérebro, outros investigadores encontram-se a desenvolver diferentes técnicas, como o arrefecimento da cavidade nasal, para arrefecer o sangue antes que este chegue ao cérebro.

Estudos realizados em animais indicam que a utilização desta técnica pode arrefecer o cérebro até 2,4 graus centígrados em uma hora, segundo a mesma publicação.

Outra possibilidade é arrefecer o sangue procedente dos pulmões (uma vez que as artérias carótidas vão directamente do peito à cabeça), uma técnica que está a ser desenvolvida actualmente por um grupo de cientistas do Argonne National Laboratory de Illinois, nos Estados Unidos.

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