quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A ESTÉTICA DA SENSIBILIDADE!!!


Que tipo de ser humano queremos deixar para o Planeta.? Há uma frase que diz " Muitos se preocupam em que tipo de Planeta vamos deixar a nossos filhos, mas invertendo a pergunta: Que tipo de filhos deixaremos para nosso Planeta?.
A maneira como a sociedade, os governos a escola pensam o ser humano parece nos conduzir a uma falência dos recursos naturais, do sistema social político e econômico esfacelado pela corrupção, pela omissão e pela total falta de coerência dos cidadãos..
No início da Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra no século XVIII e espalhada para o mundo a partir do século XIX e XX, as pessoas pouco a pouco foram abandonando o campo por não terem mais condições de competir com a fábrica. O trabalho até então era artesanal, feito geralmente por poucas pessoas, que conheciam profundamente seu ofício.
Com a mecanização trazida pelas fábricas, o trabalho deixou de ser algo construído pelo indivíduo, mas repartido entre muitos, onde normalmente nem se sabia o que estava sendo produzido..
A produção em série trouxe muitos lucros aos empresários, mas tornou as pessoas, simples apertadores de parafusos. 
A escola como conhecemos hoje, com os alunos em salas apertadas, enfileirados , com pouco espaço para a circulação, onde o professor é o centro das atenções,  se bem que houve muitas mudanças , ainda é o estilo de educação que temos. Investe-se muito em tecnologia , em estrutura, mas o modelo mental dos gestores e de muitos professores é o daa escola que produz alunos em série. com os mesmos sentimentos, pensamentos e comportamentos. Não há um trabalho personalizado na busca de habilidades e competências superiores a outros e isso é fato, existem alunos que são mais habilidosos e apesar do politicamente correto que todos querem discursar, com o conceito da inclusão, deveríamos tratar de forma diferente os iguais, sendo justos e dando oportunidades  a todos!!!  
E que alunos em série formamos?Você sabe? A maioria das escolas está preocupada em formar mão de obra para o mercado de trabalho! Os que podem estudar em escolas de muita qualidade serão os gestores e os que não podem, salvo exceções . e elas existem, serão a mão de obra com pouca especialização e barata que o sistema precisa para se perpetuar;
Nessa escola  medieval, nos moldes do nascente capitalismo industrial. há pouco lugar para o desejo, o sentimento, o corpo e a espiritualidade.
Nossos PCNS até tem uma palavra  bonita para sugerir como aprendizado, para nossos estudantes do Ensino Médio. É a estética da sensibilidade. Ou seja levar nosso jovem do Ensino Médio a buscar a sensibilidade como eixo para sua intervenção no mundo, constituir as atitudes de leveza e cordialidade como referências para sua vida social, eleger a beleza, o trabalho bem feito como tônica de sua vida ,aceitar a incerteza e conviver com ela. Desenvolver a sua espiritualidade que consiste em compreender que tudo não se esgota em si mesmo, que as coisas são mais do que parecem, que é preciso buscar um sentido maior para nossas existências. Apreciar um por do sol, se emocionar ao ver o brilho de um céu estrelado, cultivar o amor pelo belo!!!
E você o que acha disso? Conseguiremos alcançar esse objetivo tão nobre da estética da sensibilidade em nossa sociedade e nas escolas??? Deixe sua opinião!!!

Um comentário:

Ytalo disse...

Fico muito feliz com seu texto e com suas convicções professor Celso. Sou o Ytalo um ex universitário que deixou o curso de História por não encontrar tal sensibilidade, tão rica no conhecimento histórico, mas infelizmente asfixiada por tanta política, datas, nomes importantes, sistemas econômicos... Fui sincero comigo mesmo e abandonei o curso. Atualmente estou estudando em um cursinho cujos professores são excelentes, entretanto a marca capitalista da coisificação do saber permanece. Não culpo os meus professores, afinal eles estão em um cursinho e por isso exige-se resultados práticos. Busco remediar tal situação buscando fazer perguntas profundas do tipo: não apenas: "O que é isso?" mas "Por que é assim?" "Qual é a lógica por trás?"... Acredito que assim, com pequenas iniciativas inusitadas e criativas é possível engendrar a estética da sensibilidade. Hoje foi a inauguração do Estádio Nacional de Brasília e estive lá. Não consegui entrar porque fui negligente na compra dos ingressos. Tudo o que vi lá como a estrutura montada, a paixão brasileira por futebol, a grandiosidade do estádio, os cambistas, a torcida organizada e os eventos culturais foram ingredientes para que eu escrevesse uma redação e estudasse sociologia... Isso ainda pode cair no vestibular! No entanto, mais que responder bem uma prova fui capaz de viver profundamente o conhecimento. Em outras áreas isso é possível como nas ciências da natureza; houve nessa sexta o Globo Repórter que exibiu um documentário britânico fantástico sobre o corpo humano, exaltando suas capacidades naturais e as pessoas que vão além, como super memória, sinestesia, insensibilidade a dor... Bela maneira de estudar biologia! E mesmo em áreas exatas tal movimento pela estética da sensibilidade cresce, com o projeto " Matemática do Planeta Terra" iniciativa internacional que visa mostrar como a matemática atua na prática na resolução de desafios importantes à vida humana, desde a nossa biosfera, até as questões mais cotidianas, como a fotografia, as artes... segue o link:
http://sites.uac.pt/evm2013/
E falando em arte é interessante notar que há movimentos que buscam integrar arte e literatura como uma coisa só. Podíamos ler "O Senhor dos Anéis" agora podemos também assistir um filme (mais ou menos fiel) e além disso podemos ter uma boa música produzida encima da temática http://www.youtube.com/watch?v=FZNqs0YgWkM
Assistir uma música dessa é como expressar o que se sente na profundeza da alma, é demonstrar externamente o que pulula no interior. É estética da sensibilidade, ou seja arte / construção concreta daquilo que a sensibilidade humana pede, exige, em sua singular beleza. Acredito nisso, acredito que esse é um caminho de esperança às pessoas e por isso que escrevi tanto assim. Com mais sensibilidade, outros diriam amor e outros diriam mesmo Deus, o que pra mim se entrelaça, é possível constituir uma sociedade melhor!