sábado, 29 de junho de 2013

A GANGUE DA CHUPETA!!!!!



Nasci numa família muito pobre como  outros brasileiros também. Além disso, meu pai faleceu quando eu tinha apenas dois anos de idade, deixando uma viuvá com sete filhos para criar: Dois homens e cinco mulheres . A maioria de nós ainda crianças.
Com certeza a perda do pai desestruturou toda a família. Minha mãe perdeu o sentido da vida, tendo inclusive uma crise nervosa que a obrigou a fazer uso de remédios, Os irmãos mais velhos, sem estrutura , optaram por casar-se e tentar a sorte com uma família de verdade.
E assim vivemos. Poderia eu ter me inserido no mundo das drogas e no mundo do crime?. Poderiam meus irmãos também. Mas o tempo em que vivemos ainda era uma época de valores. Apesar dos perigos, das propostas nenhum de nós se perdeu!!!
Pobreza não é sinônimo de violência nem de criminalidade. O que faltam são valores, o que falta são políticas públicas que resgatem a família possível, os modelos positivos, a solidariedade do rico com o pobre.
Em 2001, foi lançado um livro de história com uma proposta de trabalhar a disciplina de forma a valorizar a vida pessoal, o dia a dia dos indivíduos. É uma tendência atual .
Um texto me chamou a atenção naquela época " A gangue da chupeta", retirado da Folha de S. Paulo. Falava sobre crimes ocorridos em Marília , interior do Estado, praticados por crianças entre quatro e onze anos. É claro, que a polícia supôs na época que havia adultos as orientando . O que chamou a atenção dos policiais no entanto é que um dos meninos usava chupeta!!!!
Muito se tem falado sobre  maioridade penal aos dezesseis, quatorze, até doze anos.
Usam como exemplos países como Estados Unidos, Inglaterra, e outros do chamado Mundo desenvolvido .
Bem cada um tem o direito de expressar suas opiniões e lutar por elas. Mas precisamos sempre abalizar aquilo que cremos, pois caso contrário nos tornaremos muito contraditórios, embora o ser humano seja de fato contraditório.
Vivemos uma cultura diferente dos países desenvolvidos, ainda estamos num tenro processo de conscientização dos direitos políticos e sociais. Somos ainda muito conservadores, conhecemos muito pouco a alma humana, pois a maioria de nós ainda usa apenas a religião judaico-cristã para compreender o individuo, e apesar de ela ser importante , não abarca todas possibilidades do espírito humano. Precisamos buscar o autoconhecimento, termos noções de psicologia, filosofia, sociologia , antropologia, precisamos ter uma VISÃO HOLÍSTICA, do todo e não apenas das partes.
Assim poderemos decidir se realmente devemos ou não diminuir a idade de responsabilidade criminal.
Caso contrário estaremos como efeito colateral, criando exércitos de chupetas!!! 

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